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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Behemoth (Carioca Club, São Paulo, 21/10/2012)





A ansiosidade era enorme para a apresentação de uma das maiores bandas de metal extremo do mundo. Todos já sabiam que os poloneses iriam “destruir” o Carioca Club juntamente com seus loucos fãs. Casa lotada e porrada na orelha.

A apresentação do Behemoth estava marcada para as 19h. Porém, começou com uma hora e quarenta e cinco minutos de atraso. Provavelmente os organizadores não se lembraram que o horário brasileiro de verão começava naquele fim de semana, e não fizeram nenhum ajuste nos horários. Os outros quarenta e cinco minutos talvez seriam reservados para uma banda de abertura. Ou simplesmente se atrasaram.

Durante esse tempo, os administradores do local deixaram o telão abaixado e todos (interessados ou não) assistiram o jogo entre Ponte Preta e Santos. Curioso, já que as pessoas ansiosas para o show, vibravam a cada jogada da Ponte Preta. Houve uma grande comemoração ao apito final, parte porque pensávamos que o show começaria logo em seguida, parte porque a maioria estava torcendo contra o Santos. Final: Ponte Preta 1x0 Santos.

Depois que o telão subiu, os roadies apareceram para fazer pequenos ajustes. Quando a bateria começou a ser testada a euforia tomou conta do lugar, todos berravam. As luzes finalmente se apagaram. E acenderam novamente. A impaciência já tomava conta de alguns.

Comecei a olhar ao redor e reparar algumas coisas: casais se beijando, amigos bebendo e dando risadas, skinheads, adolescentes, caras irritados e um grupo de rapazes carregando a cadeira de rodas de outros rapaz pela escada ao camarote. Todos com um único interesse: metal, muito metal.

As luzes se apagaram novamente e logo em seguida Inferno tomou seu lugar na bateria. Todos gritavam. Em seguida entra Orion, um cara tão grande que chega a dar medo (risos). Seth caminha com sua guitarra para seu canto do palco e logo entra Nergal, o mais aclamado, o mais adorado. Começaria a destruição.

O ritual pagão começou com a cadenciada Ov Fire And The Void, impossível descrever tal momento. Todos já estavam indignados com tamanho esplendor. Em seguida, só clássicos.

Nem se pode falar que Conquer All e Christians To The Lions fizeram parte dos grandes momentos do show, pois este foi por inteiro incrível.

Ao longo do show, Nergal mostrou porque é tão venerado. Incrível performance. Presença de palco e vocais monstruosos. Disse ainda que estava na “Capital do Metal na América do Sul”. De fato, Nergal é um dos maiores frontman da música.

Quase no fim, Chant For Eschaton 2000, com seu incrível riff, foi a música que mais fez com que todos berrassem. 

Depois de pouco mais de uma hora de show e setlist quase perfeito, se encerra a memorável e histórica apresentação do Behemoth no Brasil.

Outro fato curioso, é que logo após os caras deixarem o palco, começou a tocar um tape, que a maioria pensava ser a introdução de outra música. As luzes se acenderam e começou a sair uma voz estranha dos P.A.s, algo do estilo Jason Mars. Era mesmo o fim do show.

Fui até a grade e vendo que um roadie se dirigia à frente do palco com um dos papéis do setlist em suas mãos, comecei a gritá-lo. Me entregou o papel, que neste momento já está em um quadro, junto ao ingresso.

A performance dos quatro caras foi espetacular. Orion e Seth que não paravam de banguear, Inferno detonando a bateria e Nergal sendo Nergal. Com certeza o melhor show da vida de muitos por ali. Tudo o que temos a fazer é esperar pelo próximo álbum e mais uma apresentação do Behemoth por aqui. Além de torcer para que Nergal se livre do processo que está sofrendo na Europa.

Todos saíram comentando como foi incrível. Ninguém acreditava no que se passou por ali.





Setlist:

Ov Fire and the Void
Demigod
Moonspell Rites
Conquer All
Christians to the Lions
The Seed ov I
Alas, Lord Is Upon Me
Decade of Therion
At the Left Hand ov God
Slaves Shall Serve
Chant for Eschaton 2000
23 (The Youth Manifesto)
Lucifer


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